segunda-feira, 20 de outubro de 2008

A ARTE DE PERDER...


Conheci este poema vendo o filem "In Her Shoes" com a Cameron Diaz. Me apaixonei no ato... Tão lindo. E, infelizmente, não vivemos perdendo coisas todos os dias? Mas não é importante, não é um desastre...




One Art
The art of losing isn't hard to master;

so many things seem filled with the intent

to be lost that their loss is no disaster.


Lose something every day. Accept the fluster

of lost door keys, the hour badly spent.

The art of losing isn't hard to master.


Then practice losing farther, losing faster:

places, and names, and where it was you meant

to travel. None of these will bring disaster.


I lost my mother's watch. And look! my last, or

next-to-last, of three loved houses went.

The art of losing isn't hard to master.


I lost two cities, lovely ones. And, vaster,

some realms I owned, two rivers, a continent.

I miss them, but it wasn't a disaster.


-Even losing you (the joking voice, a gesture

I love) I shan't have lied. It's evident

the art of losing's not too hard to master

though it may look like (Write it!) like disaster.


Tradução de Paulo Henriques Britto

“A arte de perder não é nenhum mistério;

Tantas coisas contêm em si o acidente

De perdê-las, que perder não é nada sério.


Perca um pouquinho a cada dia. Aceite, austero,

A chave perdida, a hora gasta bestamente.

A arte de perder não é nenhum mistério.


Depois perca mais rápido, com mais critério:

Lugares, nomes, a escala subseqüente

Da viagem não feita. Nada disso é sério.

Perdi o relógio de mamãe. Ah! E nem quero

Lembrar a perda de três casas excelentes.

A arte de perder não é nenhum mistério.

Perdi duas cidades lindas. E um império

Que era meu, dois rios, e mais um continente.

Tenho saudade deles. Mas não é nada sério.

– Mesmo perder você (a voz, o riso etéreo que eu amo)

não muda nada. Pois é evidente que a arte de perder

não chega a ser mistério

por muito que pareça (Escreve!) muito sério. “

domingo, 17 de agosto de 2008

O SORRISO SECRETO DE CAMILA


Não sei como aceitei o convite de Charles para encontrá-lo mais uma vez. Eu trazia em mim todas aquelas lembranças de menina do interior. Rodeadas de fantasmas de tias velhas, sozinhas e mal-amadas. Trazia também o frescor dos meus 18 anos e o peso da minha virgindade. Engraçado, eu me lembro bem, e ele também, como pude perceber, o dia em que prometi, debaixo de um pé de jasmim, que ele seria meu primeiro namorado, meu primeiro homem. Que viria de sua boca meu primeiro beijo. Não deveria ter levado a sério aquilo, afinal eu tinha 10 anos e ele 13. Na verdade, até fomos namoradinhos e ele realmente me deu o primeiro beijo.
Só que meu pai conseguiu um emprego melhor em outra cidade e os pais de Charles preferiram mandá-lo para estudar fora quando tinha 15 anos. Claro que chorei como se o mundo fosse acabar, como fazem as meninas sonhadoras, fatalizando o banal para supervalorizá-lo. Depois de três meses eu estava refeita e mais sapeca do que nunca. Não pensava em sexo, nem imaginava o poder que essa palavra continha. Andávamos em turmas de quatro. Todas falavam de suas experiências e eu, realmente, era a mais atrasada. Até que conheci Roberto. Ele era cinco anos mais velho que eu, fato que meus pais não aprovavam. Porém, ele sempre deixou claro que não iria ultrapassar limites, seja lá o que isso significasse para ele.
Comecei a me enfeitar, usar decotes, pois meu corpo estava desabrochando de forma precipitada e descontrolada. Lembro-me do rapaz que ficava na porta da loja só para me ver passar e falar: “como seus peitinhos estão ficando lindos”. Eu morria de vergonha e comecei a atravessar a rua. Mas eu sentia seus olhos me devorando vagarosamente. Roberto também gostava de tocá-los. No começo, delicadamente. Minha mãe começou a confiar em nós e a nos deixar sozinhos na sala. Rapidamente, nos enrolávamos e tirávamos nossas blusas ou camisas. Ele esfregava seu peito quase sem pêlos nos meus seios. Depois, deitava sobre mim e eu sentia sua ereção, mas ele apenas se esfregava. Fui descobrindo meu corpo e meus desejos. E queria mais. Mas Roberto não me dava.

Estávamos nas férias de inverno e eu me preparava para meu casamento. Tinha apenas 18 anos e havia namorado dois homens na minha vida. Meu pai havia morrido um ano antes e sentia a vontade de minha mãe que eu me casasse e saísse de lá. Era filha única, ela era jovem e queria refazer sua vida. As coisas se encaixavam. Mais ou menos. Foi quando recebi a visita de Charles. Ele estava bem interessante e percebi pelo seu olhar que havia se admirado com a mulher que eu havia me transformado. Roberto estava viajando, arrumando documentos e comprando móveis na capital.
Saímos para jantar e Charles começou a me fazer várias perguntas. Eu havia caprichado na roupa. Um vestido vermelho, com um decote princesa que valorizava meus seios. Na parte de baixo, uma fenda que desvendava minhas pernas enquanto eu andava. No meio de suas perguntas indiscretas, questionou minha vida sexual com Roberto. Enrubesci e ele me disse que éramos amigos e não precisava me constranger. Falei que continuava virgem porque assim queria Roberto. Ele parou de beber, olhou para mim com o copo nas mãos e ainda colado à sua boca. Senti que eu o chocara. Daí em diante, ele começou um jogo de sedução sem limites. Levou-me para casa, mas não me deixou sair do carro antes de trocarmos um beijo, pelos velhos tempos. Só que aquele beijo nada de velho tinha. Era quente e perigoso como o inferno e eu o aceitei. Ele começou então a brincar com meus seios. Eu olhava pelas janelas para ver se alguém se aproximava. Tudo silencioso.
A música rolava no carro, um som sensual. Ele começou a brincar com minhas pernas. Pedia para eu abri-las e eu me recusava. Ele insistiu e conseguiu chegar aonde queria.
- Você está molhadinha!
- Impressão sua! – disse raivosa, sabendo que ele estava me descobrindo de novo.
- Lembra-se de sua promessa?
- Que promessa?
- Que eu seria o primeiro?
- Isso faz muitos anos. Eu vou me casar daqui a alguns dias. Roberto será o primeiro.
- Não, meu amor, eu serei. Você me prometeu, Camila.
- Você também me prometeu amor eterno e não cumpriu.
- Mas eu estou aqui com você!
- Mas vai embora como foi antes.
- Isso não é motivo para não ficarmos juntos.
E continuou a brincar com meu sexo. E eu sentia vontade de tirar a roupa e montá-lo ali mesmo. De repente, num rompante de realidade, puxei sua mão, abri a porta e desci do carro sem olhar para trás. De qualquer forma, sentia que ele estava rindo, zombando da minha ingenuidade.
No dia seguinte, cheguei da rua e encontrei-o conversando com mamãe. Ele me convidou para almoçar, mas eu não queria ir. Minha mãe achava que ele queria apenas papear e meio que me empurrou para sairmos juntos. Ela estava esperando o namorado. Saí e pensei que ela realmente não me conhecia. Nem Charles, nem Roberto. Ninguém. Então resolvi que iria surpreender a todos.
Saímos e ele me levou para passear no centro da cidade. Não tinha fome, mas almocei e ele aproveitou para pedir um vinho e dos bons. Bebi como nunca. Quando dei por mim, estava numa pensão, no meio de uma das ruas mais movimentadas. Ele me jogou para a cama e começou a brincar de novo. Lembro-me que chovia, mas mesmo assim eu ouvia as vozes das pessoas que por ali passavam.
Charles era realmente experiente. Quando percebi, brincava com minha calcinha no meio de minha perna. Estava fascinado e intrigado comigo. Seu corpo era pesado e eu quase não me mexia. Sentia seu hálito de vinho quando se aproximou e me beijou com desespero. Sabia que seria sua única chance de me possuir, ao menos meu corpo. Eu pedia para ele parar, mas sabia que nem ele nem eu queríamos o fim. Eu usava meias pretas 7/8 e ele me dizia que adorava mulheres que usavam meias pretas. Eu ria sem saber se pelas tolices ou pelo efeito do vinho.
Ele tirou suas roupas rapidamente enquanto eu desistia de me debater. O inevitável aconteceu, meio que entre soluços e pedidos de não, ele não me ouviu e foi entrando aos poucos no meu segredo mais sagrado, no que eu tinha de mais valioso e incomum. Mas eu queria aquilo. Sempre quis. Eu sempre senti tesão por ele, assim como sentia por Roberto, mas Charles teve coragem. A coragem de me fazer mulher.
E ele entrava e saia. Beijava-me como ninguém. Puxava meus cabelos para me fazer olhar para ele enquanto me penetrava. E perguntava se eu estava gostando. E eu o sentia indo até o fundo do meu corpo. E eu queria mais e comecei a pedir. Foi então que ele se deu conta que não havia desabotoado meu sutiã. Seus gestos foram tão rápidos que meus seios pularam em sua boca molhada e eu ouvia o som daquela sucção gostosa e amorosa, sensual e animal.
Abri minhas pernas para que ele fosse o mais fundo possível. E ele me estocava, e ele me fazia gemer e ver cores e sentir cheiros naquele quartinho vagabundo. Nunca pensei que pudesse ser tão boa a primeira vez. Voltei a pedir mais e mais. Percebi que ele já havia gozado, mas ele não me decepcionou e começou de novo. Desta vez, pediu para que eu me mexesse, como um professor. Eu, aluna dedicada, segui seus conselhos. Estava deixando um tempo para trás, descobrindo novas sensações. Percebi que fechando minhas pernas, ele se aproximava mais de mim e aquela fricção toda só aumentava meu tesão, senti algo vindo de dentro, do fundo, algo incontrolável. Foi meu primeiro orgasmo. Dado pelo meu primeiro homem. Meu primeiro namorado. Lembro-me de ter dito, no calor do momento e mesmo sem ser verdade: Sim, meu amor, sim...
Quando acordamos, olhamos um para o outro e rimos. Eu ri de um modo diferente, só para ele, e ninguém mais veria aquele sorriso. Era um sorriso reservado a ele. Eu cumprira a promessa. Não sei se teria coragem de levar meu casamento à frente. Porém, percebi que amava Roberto e que aquilo havia sido uma pesquisa. Sim, uma pesquisa interna. Agora, iria para Roberto preparada. Só não sabia se ele iria me perdoar. Charles sabia que em sete dias eu seria a mulher de outro, mas ali, naquele quarto sem atrativos, cor ou perfume, ouvindo o barulho da rua e das gotas de chuva, eu fui sua mulher, antes de ser de qualquer um neste mundo.

quarta-feira, 16 de julho de 2008

SONHANDO COM OS OLHOS DE LIZ TAYLOR


Não se sabia se sua mãe a batizou de Elizabeth por causa da atriz, de quem era fã incondicional, ou porque ela nasceu com os olhos violetas como somente os de Liz Taylor são, únicos. A mãe a chamava de Liz, mas ela gostava de Elis, como a cantora. Dênis se pegava chamando-a cada vez por um apelido. Elizabeth somente quando brigavam. Eram os melhores amigos, mas no fundo, ele a amava de um modo como não amaria a mais ninguém em toda sua vida. Sonhava com ela e seus olhos de cor diferente. E sofria quando a via, a cada mês, com um namorado diferente. Quando ela perdeu a virgindade, foi para ele que contou primeiro. Dênis a odiou. E a amou também. Porque agora, ela não era mais a sua garotinha mimada, era uma mulher linda.
Seus olhos violetas chamavam muito a atenção, especialmente porque ela tinha longos cabelos negros, que caiam sobre suas costas como ondas de um mar revolto. Seu corpo era perfeito para ele que não questionava se ela tinha seios pequenos, pernas curtas e uma boca grande demais. Ela era linda. Seu sorriso iluminava seus dias mais tristes. Enquanto ele esperava que ela o descobrisse, namorava garotas que não tinham um por cento do seu brilho mas, precisava aprender como eram as mulheres, precisava amar essas estranhas primeiro para que o dia em que ela fosse dele, a satisfizesse de um modo que ela nunca mais iria querer outro homem. E assim foi. Até aquela manhã de domingo.
Estava dormindo com Lara, eram oito da manhã e o interfone tocou. Era ela:
- Dênis, sou eu, preciso conversar com você. Posso entrar?
Ele percebeu que ela chorava. Ficou numa situação ruim, Lara percebeu o que acontecia.
E, isso somado ao ciúme que sentia, não sem razão, a fez ficar com um mau humor matinal. Colocou uma camiseta e uma bermuda e abriu a porta. Lara se trancou no quarto, mas deixou a porta entreaberta. Liz entrou usando uma roupa que não combinava com manhãs de domingo e, sim, com noites de sábado. Ela entrou, o abraçou e ficou em silêncio por vários minutos. Depois, pediu desculpas pelo incômodo da hora. Ele disse que não havia problema.
Disse para ela se sentar e foi preparar um café para acordar. Enquanto estava na cozinha, Lara levantou-se, trocou-se e foi até lá. Começaram a discutir baixinho porque haviam combinado um passeio e ele estava desistindo. Foi quando ela entrou na sala, espumando de raiva, olhou para Liz e começou um monólogo que terminou assim:
- Sabe que ele te adora, não é? Ele adora esses seus olhos violetas de merda. Ele adora
sua boca maior que a da Julia Roberts. Pois é, tem gente que é assim, cega. E você só o usa, durante todos esses anos você o usou como se ele fosse sua muleta, o lugar para onde você corre quando o circo pega fogo. Sua egoísta nojenta. Cretina. Pois pode ficar com ele, espero que sejam felizes, você e este babaca fracote!
Saiu batendo a porta e deixando Liz de olhos esbugalhados e Dênis com uma vergonha enorme, porque no fundo, sabia mesmo que era um fraco. Ela o olhou e perguntou se era verdade. Ele fez que sim com a cabeça. Não poderia acreditar naquele número. Ela sempre soube. Sempre. De repente, ela pegou a xícara de café, tomou-a inteira, o agarrou e deu lhe um beijo que Dênis nunca mais esqueceria. Puxou-o para o quarto, onde a cama desarrumada ainda estava com o cheiro de Lara, mas quem se importava?

Liz não falou o que aconteceu, por que veio procurá-lo. Ela simplesmente tirou sua roupa, se deitou na cama, estendeu o braço e disse: Vem! Acho que esperou muito por isso. De repente, o desejo se instalou no corpo dele que havia se preparado tanto para esse momento que não iria desapontá-la. Começou tirando a camiseta de uma vez, ao tirar a bermuda, ela percebeu que ele estava sem nada. Ele deitou-se ao seu lado, como um menino assustado. Ela começou a beijá-lo de novo. Ele pegou-a pela cintura e inverteu as posições. Colocou-a por cima: Quero ver seus olhos violetas enquanto fazemos amor.
Ela sorriu. Começou a lamber seus mamilos. E ele adorava, já havia contado isso a ela uma vez. Liz começou a beijar seu peito e foi descendo até chegar aonde queria. Começou a engoli-lo delicadamente. Beijava, chupava, engolia. Dênis gemia. Liz sorria. Ele começou então a segurar os pequenos seios dela. Depois apertava suas nádegas com força, deixando a marca de suas mãos. Ela resolveu então que era hora de tê-lo dentro dela. Começou a descer o corpo lentamente sobre seu pênis, teso e orgulhoso, ela não tinha nenhuma pressa. Montou-o e começou a fazer com que o pau entrasse e saísse, inteiro e molhado. Ele segurou suas nádegas de novo e a ajudava com seus braços fortes. Ficaram assim por vários minutos.
Dênis era alto, musculoso, moreno, tinha olhos castanhos-claros, muitos pêlos pelo corpo, pernas grossas e fortes e um tesão que não se apagava tão rápido. Ela sabia disso. Eles falavam sobre suas intimidades. Ela começou a cavalgá-lo com rapidez e seus longos cabelos faziam um bonito movimento no vazio do quarto. As mãos de Dênis em sua bunda deixavam marcas vermelhas, mas ela nem sentia. Enquanto isso, ela também apertava o corpo dele com as mãos. Seus braços, peito e cabelos... Ela estava com muita vontade.
Ela gozou, mas continuou a deixar que o membro a penetrasse. Dênis resolveu inverter a situação de novo. Deitou-a na cama e cobriu seu corpo com o dele. Segurou os quadris de Liz e a fez apertar as pernas. Entrava e saía devagar, depois rápido. Ela gemia sem parar. Ele perguntava se ela queria gozar de novo. Ela sorria como um gato que havia acabado de engolir um passarinho. Ele entendeu o recado. Dênis continuou os movimentos até gozar com um grito.
Ficou ali, com seu corpo sobre o dela. O peso de seu amor sobre o corpo da mulher que amava. Olhou para ela, sorriu, levantou-se e foi pegar um cigarro.
Quando voltou, ela estava de costas e ele podia ver seus pêlos entre as pernas e seus lábios tão rosados e grandes como aqueles que ela trazia no rosto. Virou-a com força, beijou-a e confessou:
- Valeu esperar tanto. Foi a melhor que já tive!!!
E os dois adormeceram abraçados, sabendo que muitas outras daquelas ainda estavam por vir.

terça-feira, 15 de julho de 2008

SEDUZIR


Transpassei o infinito dos teus braços

Avistei mil sonhos nos teus sonhos

Pousei meu corpo cansado no teu peito

Arranhei tuas palavras obscenas com meu sorriso

Acompanhei tuas mudanças com minhas mãos

Sorri usando todas minhas armas

Prossegui sabendo que não conseguiria chegar

Esculpi teus pensamentos em minha mente

Seduzi tua boca e tua alma

Menti te confessando minha maior verdade

Bebi em tragos fortes o teu perfume

Comi em pequenas porções o teu hálito

Corri de um extremo ao outro de teu coração

Escrevi tudo que você não precisava ler

Li tudo o que eu não gostaria de saber

Amei os segundos e o teu mundo

Semeei as tuas dúvidas e incertezas

Falei o que todos fingiam não ouvir

Rolei em tuas mãos, em tuas pernas

Provoquei todos esses gestos, todos esses olhares

Viajei até o planeta do teu sistema

Calei o meu pudor, o meu amor

Transpirei todas dores, todos suores

Sonhei que eu era a liberdade

Acordei triste, por ter apenas sonhado

domingo, 13 de julho de 2008


Hoje é o Dia Mundial do Rock. Eu amooo este ritmo. São muitas bandas e canções que marcaram minha vida para sempre. Algumas eu ouço e me transporto para outros tempos, outros lugares e pessoas. Nestes anos todos, muitos conjuntos desapareceram tão rápido quanto surgiram. Outros foram para o panteão, caso de Stones e Beatles, este mais pop. Porém, nenhuma banda me fala tanto ao coração como o The Police. Eu era menina quando eles se juntaram e começaram a misturar o rock, o punk e outros ritmos. As letras maravilhosas do Sting, a bateria excepcional do Copeland e a guitarra precisa do mais experiente da turma, Andy Summers, marcaram a minha geração. Pena que a banda se desfez tão rapidamente, após lançar apenas cinco álbuns. Poucos, mas suficientes para lançar clássicos e colocá-los na história. Mais de 20 anos depois e Sting resolveu voltar. Sim, porque os outros dois já queriam há tempos, mas o vocalista, o mais temperamental, só resolveu agora. Não acredito que seja por dinheiro, mas para se sentir mais vivo. Enfim, hoje é o Dia Mundial do Rock e fica aqui minha homenagem a este power trio maravilhoso.


quarta-feira, 9 de julho de 2008

notícia do dia

FONTE: WWW.CHARGES/UOL
A notícia do dia:


O ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, o banqueiro Daniel Dantas e o empresário Naji Nahas, que foram presos pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal, passaram a noite de terça e madrugada desta quarta-feira (9) na carceragem da PF.

Confesso que fiquei surpresa, para o bem, com a notícia, porém, infelizmente, já começaram a tirar proveito político, clarooooo!

Pior, fazem tudo de forma teatral, chamando a mídia e elevando tudo à última potência.

Não acredito que fiquem muito tempo presos, pois judicialmente, segundo especialistas, as prisões não foram feitas de forma regular.

Mas, enfim, não tem um gostinho especial ver estas pessoas atrás das grades? Mesmo que por apenas algumas horas?

Que venham muitos mais!

TRANSPARENTE

Sou transparente
Mas tento esconder
Tudo o que sinto
Tudo que todos sentem
Sou transparente
E me perco nas tuas transparências
Sou transpassante
Sou transpassada
Transparente em corpo,
Em alma, em palavras
Transpassarei teu corpo
e nele ficarei marcada
Cortarei tuas dores
Mas por favor, nada...
Nada de hora marcada
Quero transpassar o que vier
Pois sou transparente...
E como dói não poder
Esconder tudo que a gente sente
Mas como é bom
Sentir meu corpo transpassado
Pela transparência de tuas mãos!

terça-feira, 8 de julho de 2008

RAIN

Fernando espera por Mirna, na esquina, próximo ao trabalho dela. Como o combinado, ela caminha discretamente até o carro dele. Eles se beijam dizendo olá. Seguem para um bar nas redondezas. Lá é escuro, exatamente como eles gostam e necessitam. Mirna bebe tequila como se fosse água. Fernando engole copos de uísque, apressada e nervosamente. Sabe que o tempo está passando e não é ali que quer estar com ela. Voltam para o carro e ele começa a brincar com os dedos entre os seios dela. Começa a chover. Decidem ir para a casa dele. Fernando tem de deixar o carro num estacionamento.Os dois correm pela rua. Fogem da chuva mas, como é inevitável, se deixam molhar. Brincam. A blusa dela, que é branca, deixa os bicos dos seios à vista. Rijos, convidam a boca do homem a mordiscá-los. Fernando se contém. Prefere aguardar. Eles beberam um pouco além do normal. Mesmo assim, ele encontra sua chave. Sobem rindo os dois andares do pequeno prédio. Só não caem porque esqueceram a pressa por alguns instantes. Ele abre a porta. Ela tira os sapatos. Ele coloca a música. Ela o leva para a cama. Os dedos dele, enfim, encontram os botões da blusa. Poderia ter pressa mas não tem. Joga a tal blusa, molhada, longe. E longe também se vão sua calça e camisa. Observa o corpo da mulher. Desce até os pés e os toca lentamente com a ponta dos dedos. Começa a beijá-la pelas pernas. Vai subindo, subindo e encontra o que sua língua queria: lábios escondidos pelos pêlos dourados. Ela está sem calcinha, o que o deixa mais enlouquecido ainda. Rasga a saia que, voando, se junta às outras peças.
A língua brinca. Ela geme e deixa a marca das unhas em suas costas. Ela grita que quer mais. E ele ouve. Ela ri. Ele entra. Ele sai. Ele entra. Ele sai. Ela pede calma. Ele tem pressa. Ela pede calma. Ele consente. Ela se mexe como louca. Ele a observa. Num piscar, ela está sobre ele. Quer comandar. Ela sobe. Ela desce. Ele puxa seus cabelos. Ela sobe. Ela desce. Ele diz que vai gozar. Ela pede para ele esperar. Ela brinca. Ele geme. Ela ri, dizendo que está próxima... Ele não agüenta. Ela treme. Pernas misturadas, eles descansam. Ela olha pela janela e começa a contar estrelas. Ele olha para o corpo dela e começa a contar suas pintas. Minutos depois, ele a agarra pela cintura. Ela o prende entre as pernas. Ele a carrega para o banheiro. Chuva de chuveiro. Ela o enche de espuma. Ela esfrega seu peito com os dedos. A água os deixa acordados. Ela ri com malícia. Ele entende o recado. Ela o faz beijá-la. Ele a vira com vontade. Se agacha e encaixa seu corpo no dela. Ela perde a respiração. Ele segura seus seios como se fossem feitos de nuvem. Não se contendo, os dois se enrolam na toalha e se jogam na cama. Ela molha sua orelha com a língua de liqüidificador. Ele morde seus seios com dentes leves. Ela pede para que ele fique de costas. Ele obedece com um sorriso nos lábios. Ela se esfrega nos pêlos dele. Ele se vira, apoderando-se dela em seus braços. Ele brinca com os dedos entre suas pernas. Ela pede mais. Ele atende. Ela ri. Ele entra. Ele sai. Ele entra. Ele sai...

A CALCINHA BRANCA DE SOFIA

Gostava de observar meus vizinhos da janela. Era bom ver dois corpos tão jovens fazendo a dança do amor. Quando não havia o que fazer à noite, ia para a janela porque tinha certeza que os encontraria ali, no quarto. Ele tentando tirar a roupa dela e ela fingindo que não iria deixar. Finalmente, ele vence a briga novamente e tira o vestido azul dela. Como num passe de mágica, vejo que ela usa uma daquelas calcinhas grandes que parecem um shorts, algo que me disseram chamar caleçon. Isso me fez lembrar de Sofia. A menina que eu amei, mas que não chegou a ser minha mulher. Aquela a quem dediquei pensamentos silenciosos e proibidos.
Era uma noite de verão como essa. Ela veio nos visitar. Mamãe não estava e eu abri a porta. Sofia era alta, tinha uma pele de pêssego e olhos que um dia acordavam azuis e em outros verdes. Eu sentia borboletas voando em minha barriga quando a via. Era pouco mais velho que ela, namorada de meu irmão há meses. Ele era o filho preferido e o namorado ideal. Um ano mais velho que eu, alto, moreno com grandes olhos castanhos tristes que seduziam qualquer uma. Pedi que entrasse. Minha mãe não demoraria.
Costumava vê-los namorando no jardim. Manoel sempre olhava ao redor e, ao ver que ninguém os observava, ao menos ele achava, abria seu vestido. Não tinha muita experiência meu irmão. Eu faria melhor. Um dia, nunca esquecerei, ele estava passeando seus dedos entre as pernas dela, quando ela se ajoelhou, abriu sua calça e pediu para que ele a penetrasse. Ele adorou a idéia mas, depois de alguns minutos, fechou a cara e disse a Sofia para ir embora. Nunca mais foi o mesmo com ela. Até arranjou este emprego em outra cidade para se afastar dela.
Agora ela estava ali, sentada próxima a mim, usando uma saia, uma camisa branca de rendas e um casaquinho. Ela me olhou e perguntou:
- Paulo, está calor aqui dentro, posso tirar meu casaco?
- Claro, Sofia, fique à vontade. Vou buscar um copo de água pra você.
Quando voltei, ela estava sem a camisa, usava um sutiã branco de renda transparente e eu
quase deixei o copo cair. Ela olhou pra mim e fez um sinal para que eu me sentasse ao seu lado. Obedeci.
- Você ainda é virgem, não?
- Como você sabe? Meu irmão...
- Não importa. Eu também sou. Isso não o deixa triste? Não gostaria de sentir os prazeres da carne como dizem?
- Você está estranha!
- Vem cá! – ela me puxou e me deu um beijo que tirou minha respiração.
Percebi que algo estava por acontecer. Ela me ordenou que tirasse seu sutiã. Mesmo virgem, isso eu sabia fazer. Eu o tirei, ela me olhou e disse: Será que tenho que explicar tudo ou pedir para você fazer as coisas?
Não, ela não precisava. Me ajoelhei entre suas pernas e comecei a sugar seus seios. Sugava como um bebê mas eu não era um. Delicadamente, lentamente... Minhas mãos seguiram até sua saia e eu a tirei tão rápido que nem acreditei. Ela usava uma calcinha branca de algodão meio grande, como elas costumavam ser naquele tempo. Mesmo assim achei-a sensual e pura. Ela se ergueu e ficou em pé no sofá. Comecei a tirar a calcinha e vi sua penugem loira. Não acreditei, não sabia que era assim. Havia visto fotos mas sempre eram pêlos escuros. Ela era loira, incrivelmente clara. Encostei meu nariz em seu sexo, ele tinha um cheiro forte. De repente, eu o beijei. Ela tremeu e disse: de novo! Eu a obedeci novamente. Era seu escravo.
Beijei uma, duas, vinte vezes. Ai comecei a lambê-la e a lambê-la e a lambê-la sem parar. Quando percebi, minha língua estava voando entre seus pequenos lábios como uma borboleta descoordenada. Ela gemia e falava coisas como: de novo, mais fundo, devagar, agora depressa. Eu seguia suas ordens. Percebi que estava tão excitado que sentia dores. Ela então se agachou e abriu minha calça. – Vamos ver o que temos aqui... É grande, grosso e quente. Bem o que preciso.
Sinceramente, eu estava extasiado, mas chocado. Quem era essa mocinha? Não era a minha Sofia. Ela começou a beijar meu pau. Intercalava os beijos com lambidas. Nunca havia sentido isso antes. Era tudo novo. Começou a fazer aquele movimento que eu costumava fazer no banho ou nas noites em que dormia sozinho. Ela sabia o que fazia. Porém, quando percebeu que eu poderia gozar, parou. Sentou-se no sofá novamente e me abriu as pernas como quem abria o mundo, um novo mundo para mim.
Aquela era a visão do paraíso. Sem falarmos nada, me encaixei em seus quadris, era uma postura estranha, coloquei minhas pernas em suas costas e fui entrando lentamente, ela sentiu dor, sei que sentiu, mas não sangrou. Eu era bem mais forte que ela. Minha delicada Sofia. Comecei a entrar e fui fundo. Não agüentei a posição, então a ergui e a coloquei contra a parede. Erguia uma de suas pernas e a estocava com vontade.
Ela gemia baixinho: que delícia, Paulo... que delícia...
Ficamos assim por alguns minutos. Joguei-a no chão e fiquei sobre ela. Não sabia se tudo estava rápido ou demorado. Ela nada dizia. Ela começou a me encher de beijos e eu retribuía. Comecei o meu balé desajeitado novamente. Entrava e saia. Ela começou a apertar suas pernas, quase que instintivamente. Foi então que ela começou a gemer como se estivesse tendo um ataque. Gritou, puxou meu cabelo e me disse: Paulo, que delícia! Fiquei tão louco que gozei em seguida. Ficamos abraçados por alguns segundos.
Foi então que a porta se abriu e minha mãe nos encontrou ali, nus, com as pernas confundidas sobre o tapete vermelho. Olhou para mim e disse com a voz mais triste do mundo:
- Com a namorada de seu irmão?!?!
Sofia se levantou, começou a colocar a roupa, olhou para mim e disse obrigada. Depois de se trocar, olhou para minha mãe, ainda em choque e confessou: Quero que conte ao Manoel que o irmão dele é mais homem que ele e que eu nunca mais quero vê-lo.
Percebi que havia sido usado numa vingança. Mas quem iria ligar? Havia perdido a minha virgindade com a mulher dos meus sonhos. Nós não contamos a ele, mas Sofia sabia que isso aconteceria. Ela mesma escreveu dando os detalhes. Manoel nunca nos perdoou. Minha mãe me mandou para a casa de uma tia. Nunca mais vi Sofia, mas aquele cheiro que senti entre suas pernas ainda está nas minhas lembranças e me visita em meus sonhos ainda hoje no dia em que completo 68 anos.

domingo, 6 de julho de 2008

ANJO

Levantou-se e foi para a cozinha. Queria tomar café. Puro. Só o escuro do café. No quarto, ele se preparava para levantar da cama.
Ela começou a arrumar a mesa. Leite, pão, geléia e margarina. Procurou pelas frutas, em vão, na geladeira. Precisava fazer compras. Era um dia como outro qualquer. A não ser por um estranho desejo que ela colocava de lado quando vinha.
Ele tomava banho, ela procurava algo no armário. Já estava ficando impaciente quando viu o vidro. Deixou-o sobre a pia, ao lado da cafeteira. Seguiu para o quarto. A cama estava arrumada. Ele havia arrumado. Ela pegou a escova e começou a pentear o cabelo. No começo, era cuidadosa. No fim, parecia que queria arrancar os fios de raiva. Ele saiu do banheiro, se aproximou e lhe deu bom dia com um beijo. Ela não sorria, não dizia nada.
Aproveitou para tomar um banho rápido enquanto ele se trocava. Ao sair, procurou pela toalha dele. Ela já secava na área de serviço. Tudo perfeito. Ele já a esperava na mesa, lendo um jornal. Ela colocou um vestido e foi sentar-se ao seu lado. Ele perguntou pelo café. Ela pulou da cadeira, como se tivesse cometido um erro ao esquecer de colocá-lo na mesa. Pediu para servi-lo. Ele deixou.
Os minutos passavam e ele não parava de ler. Ela já havia tirado a mesa e deixado a louça na pia. Não, ele não iria fazer mais nada. Terminou de se arrumar. Ele finalmente se levantou e se despediu. Parou meio zonzo por alguns segundos. Ela perguntou se estava tudo bem. Ele fez que sim com a cabeça. Deu um beijo de despedida. Perguntou se ela queria uma carona. Não, obrigada, respondeu.
Ele se foi. Ela procurou o vidro, jogou o resto do líquido fora, lavou a embalagem e jogou-a no lixo. Terminou de se arrumar e tomou o elevador. Ao descer, percebeu um movimento estranho na garagem. Quando chegou lá, viu que ele estava caído no chão. O porteiro, desesperado, olhou para ela e disse que ele estava tendo um ataque. Estavam procurando por socorro. Ela se abaixou e tocou o rosto dele, molhado de suor.

Quando lhe perguntaram o porquê, ela respondeu: Ele era muito bom para mim!