quarta-feira, 9 de julho de 2008

notícia do dia

FONTE: WWW.CHARGES/UOL
A notícia do dia:


O ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta, o banqueiro Daniel Dantas e o empresário Naji Nahas, que foram presos pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal, passaram a noite de terça e madrugada desta quarta-feira (9) na carceragem da PF.

Confesso que fiquei surpresa, para o bem, com a notícia, porém, infelizmente, já começaram a tirar proveito político, clarooooo!

Pior, fazem tudo de forma teatral, chamando a mídia e elevando tudo à última potência.

Não acredito que fiquem muito tempo presos, pois judicialmente, segundo especialistas, as prisões não foram feitas de forma regular.

Mas, enfim, não tem um gostinho especial ver estas pessoas atrás das grades? Mesmo que por apenas algumas horas?

Que venham muitos mais!

TRANSPARENTE

Sou transparente
Mas tento esconder
Tudo o que sinto
Tudo que todos sentem
Sou transparente
E me perco nas tuas transparências
Sou transpassante
Sou transpassada
Transparente em corpo,
Em alma, em palavras
Transpassarei teu corpo
e nele ficarei marcada
Cortarei tuas dores
Mas por favor, nada...
Nada de hora marcada
Quero transpassar o que vier
Pois sou transparente...
E como dói não poder
Esconder tudo que a gente sente
Mas como é bom
Sentir meu corpo transpassado
Pela transparência de tuas mãos!

terça-feira, 8 de julho de 2008

RAIN

Fernando espera por Mirna, na esquina, próximo ao trabalho dela. Como o combinado, ela caminha discretamente até o carro dele. Eles se beijam dizendo olá. Seguem para um bar nas redondezas. Lá é escuro, exatamente como eles gostam e necessitam. Mirna bebe tequila como se fosse água. Fernando engole copos de uísque, apressada e nervosamente. Sabe que o tempo está passando e não é ali que quer estar com ela. Voltam para o carro e ele começa a brincar com os dedos entre os seios dela. Começa a chover. Decidem ir para a casa dele. Fernando tem de deixar o carro num estacionamento.Os dois correm pela rua. Fogem da chuva mas, como é inevitável, se deixam molhar. Brincam. A blusa dela, que é branca, deixa os bicos dos seios à vista. Rijos, convidam a boca do homem a mordiscá-los. Fernando se contém. Prefere aguardar. Eles beberam um pouco além do normal. Mesmo assim, ele encontra sua chave. Sobem rindo os dois andares do pequeno prédio. Só não caem porque esqueceram a pressa por alguns instantes. Ele abre a porta. Ela tira os sapatos. Ele coloca a música. Ela o leva para a cama. Os dedos dele, enfim, encontram os botões da blusa. Poderia ter pressa mas não tem. Joga a tal blusa, molhada, longe. E longe também se vão sua calça e camisa. Observa o corpo da mulher. Desce até os pés e os toca lentamente com a ponta dos dedos. Começa a beijá-la pelas pernas. Vai subindo, subindo e encontra o que sua língua queria: lábios escondidos pelos pêlos dourados. Ela está sem calcinha, o que o deixa mais enlouquecido ainda. Rasga a saia que, voando, se junta às outras peças.
A língua brinca. Ela geme e deixa a marca das unhas em suas costas. Ela grita que quer mais. E ele ouve. Ela ri. Ele entra. Ele sai. Ele entra. Ele sai. Ela pede calma. Ele tem pressa. Ela pede calma. Ele consente. Ela se mexe como louca. Ele a observa. Num piscar, ela está sobre ele. Quer comandar. Ela sobe. Ela desce. Ele puxa seus cabelos. Ela sobe. Ela desce. Ele diz que vai gozar. Ela pede para ele esperar. Ela brinca. Ele geme. Ela ri, dizendo que está próxima... Ele não agüenta. Ela treme. Pernas misturadas, eles descansam. Ela olha pela janela e começa a contar estrelas. Ele olha para o corpo dela e começa a contar suas pintas. Minutos depois, ele a agarra pela cintura. Ela o prende entre as pernas. Ele a carrega para o banheiro. Chuva de chuveiro. Ela o enche de espuma. Ela esfrega seu peito com os dedos. A água os deixa acordados. Ela ri com malícia. Ele entende o recado. Ela o faz beijá-la. Ele a vira com vontade. Se agacha e encaixa seu corpo no dela. Ela perde a respiração. Ele segura seus seios como se fossem feitos de nuvem. Não se contendo, os dois se enrolam na toalha e se jogam na cama. Ela molha sua orelha com a língua de liqüidificador. Ele morde seus seios com dentes leves. Ela pede para que ele fique de costas. Ele obedece com um sorriso nos lábios. Ela se esfrega nos pêlos dele. Ele se vira, apoderando-se dela em seus braços. Ele brinca com os dedos entre suas pernas. Ela pede mais. Ele atende. Ela ri. Ele entra. Ele sai. Ele entra. Ele sai...

A CALCINHA BRANCA DE SOFIA

Gostava de observar meus vizinhos da janela. Era bom ver dois corpos tão jovens fazendo a dança do amor. Quando não havia o que fazer à noite, ia para a janela porque tinha certeza que os encontraria ali, no quarto. Ele tentando tirar a roupa dela e ela fingindo que não iria deixar. Finalmente, ele vence a briga novamente e tira o vestido azul dela. Como num passe de mágica, vejo que ela usa uma daquelas calcinhas grandes que parecem um shorts, algo que me disseram chamar caleçon. Isso me fez lembrar de Sofia. A menina que eu amei, mas que não chegou a ser minha mulher. Aquela a quem dediquei pensamentos silenciosos e proibidos.
Era uma noite de verão como essa. Ela veio nos visitar. Mamãe não estava e eu abri a porta. Sofia era alta, tinha uma pele de pêssego e olhos que um dia acordavam azuis e em outros verdes. Eu sentia borboletas voando em minha barriga quando a via. Era pouco mais velho que ela, namorada de meu irmão há meses. Ele era o filho preferido e o namorado ideal. Um ano mais velho que eu, alto, moreno com grandes olhos castanhos tristes que seduziam qualquer uma. Pedi que entrasse. Minha mãe não demoraria.
Costumava vê-los namorando no jardim. Manoel sempre olhava ao redor e, ao ver que ninguém os observava, ao menos ele achava, abria seu vestido. Não tinha muita experiência meu irmão. Eu faria melhor. Um dia, nunca esquecerei, ele estava passeando seus dedos entre as pernas dela, quando ela se ajoelhou, abriu sua calça e pediu para que ele a penetrasse. Ele adorou a idéia mas, depois de alguns minutos, fechou a cara e disse a Sofia para ir embora. Nunca mais foi o mesmo com ela. Até arranjou este emprego em outra cidade para se afastar dela.
Agora ela estava ali, sentada próxima a mim, usando uma saia, uma camisa branca de rendas e um casaquinho. Ela me olhou e perguntou:
- Paulo, está calor aqui dentro, posso tirar meu casaco?
- Claro, Sofia, fique à vontade. Vou buscar um copo de água pra você.
Quando voltei, ela estava sem a camisa, usava um sutiã branco de renda transparente e eu
quase deixei o copo cair. Ela olhou pra mim e fez um sinal para que eu me sentasse ao seu lado. Obedeci.
- Você ainda é virgem, não?
- Como você sabe? Meu irmão...
- Não importa. Eu também sou. Isso não o deixa triste? Não gostaria de sentir os prazeres da carne como dizem?
- Você está estranha!
- Vem cá! – ela me puxou e me deu um beijo que tirou minha respiração.
Percebi que algo estava por acontecer. Ela me ordenou que tirasse seu sutiã. Mesmo virgem, isso eu sabia fazer. Eu o tirei, ela me olhou e disse: Será que tenho que explicar tudo ou pedir para você fazer as coisas?
Não, ela não precisava. Me ajoelhei entre suas pernas e comecei a sugar seus seios. Sugava como um bebê mas eu não era um. Delicadamente, lentamente... Minhas mãos seguiram até sua saia e eu a tirei tão rápido que nem acreditei. Ela usava uma calcinha branca de algodão meio grande, como elas costumavam ser naquele tempo. Mesmo assim achei-a sensual e pura. Ela se ergueu e ficou em pé no sofá. Comecei a tirar a calcinha e vi sua penugem loira. Não acreditei, não sabia que era assim. Havia visto fotos mas sempre eram pêlos escuros. Ela era loira, incrivelmente clara. Encostei meu nariz em seu sexo, ele tinha um cheiro forte. De repente, eu o beijei. Ela tremeu e disse: de novo! Eu a obedeci novamente. Era seu escravo.
Beijei uma, duas, vinte vezes. Ai comecei a lambê-la e a lambê-la e a lambê-la sem parar. Quando percebi, minha língua estava voando entre seus pequenos lábios como uma borboleta descoordenada. Ela gemia e falava coisas como: de novo, mais fundo, devagar, agora depressa. Eu seguia suas ordens. Percebi que estava tão excitado que sentia dores. Ela então se agachou e abriu minha calça. – Vamos ver o que temos aqui... É grande, grosso e quente. Bem o que preciso.
Sinceramente, eu estava extasiado, mas chocado. Quem era essa mocinha? Não era a minha Sofia. Ela começou a beijar meu pau. Intercalava os beijos com lambidas. Nunca havia sentido isso antes. Era tudo novo. Começou a fazer aquele movimento que eu costumava fazer no banho ou nas noites em que dormia sozinho. Ela sabia o que fazia. Porém, quando percebeu que eu poderia gozar, parou. Sentou-se no sofá novamente e me abriu as pernas como quem abria o mundo, um novo mundo para mim.
Aquela era a visão do paraíso. Sem falarmos nada, me encaixei em seus quadris, era uma postura estranha, coloquei minhas pernas em suas costas e fui entrando lentamente, ela sentiu dor, sei que sentiu, mas não sangrou. Eu era bem mais forte que ela. Minha delicada Sofia. Comecei a entrar e fui fundo. Não agüentei a posição, então a ergui e a coloquei contra a parede. Erguia uma de suas pernas e a estocava com vontade.
Ela gemia baixinho: que delícia, Paulo... que delícia...
Ficamos assim por alguns minutos. Joguei-a no chão e fiquei sobre ela. Não sabia se tudo estava rápido ou demorado. Ela nada dizia. Ela começou a me encher de beijos e eu retribuía. Comecei o meu balé desajeitado novamente. Entrava e saia. Ela começou a apertar suas pernas, quase que instintivamente. Foi então que ela começou a gemer como se estivesse tendo um ataque. Gritou, puxou meu cabelo e me disse: Paulo, que delícia! Fiquei tão louco que gozei em seguida. Ficamos abraçados por alguns segundos.
Foi então que a porta se abriu e minha mãe nos encontrou ali, nus, com as pernas confundidas sobre o tapete vermelho. Olhou para mim e disse com a voz mais triste do mundo:
- Com a namorada de seu irmão?!?!
Sofia se levantou, começou a colocar a roupa, olhou para mim e disse obrigada. Depois de se trocar, olhou para minha mãe, ainda em choque e confessou: Quero que conte ao Manoel que o irmão dele é mais homem que ele e que eu nunca mais quero vê-lo.
Percebi que havia sido usado numa vingança. Mas quem iria ligar? Havia perdido a minha virgindade com a mulher dos meus sonhos. Nós não contamos a ele, mas Sofia sabia que isso aconteceria. Ela mesma escreveu dando os detalhes. Manoel nunca nos perdoou. Minha mãe me mandou para a casa de uma tia. Nunca mais vi Sofia, mas aquele cheiro que senti entre suas pernas ainda está nas minhas lembranças e me visita em meus sonhos ainda hoje no dia em que completo 68 anos.

domingo, 6 de julho de 2008

ANJO

Levantou-se e foi para a cozinha. Queria tomar café. Puro. Só o escuro do café. No quarto, ele se preparava para levantar da cama.
Ela começou a arrumar a mesa. Leite, pão, geléia e margarina. Procurou pelas frutas, em vão, na geladeira. Precisava fazer compras. Era um dia como outro qualquer. A não ser por um estranho desejo que ela colocava de lado quando vinha.
Ele tomava banho, ela procurava algo no armário. Já estava ficando impaciente quando viu o vidro. Deixou-o sobre a pia, ao lado da cafeteira. Seguiu para o quarto. A cama estava arrumada. Ele havia arrumado. Ela pegou a escova e começou a pentear o cabelo. No começo, era cuidadosa. No fim, parecia que queria arrancar os fios de raiva. Ele saiu do banheiro, se aproximou e lhe deu bom dia com um beijo. Ela não sorria, não dizia nada.
Aproveitou para tomar um banho rápido enquanto ele se trocava. Ao sair, procurou pela toalha dele. Ela já secava na área de serviço. Tudo perfeito. Ele já a esperava na mesa, lendo um jornal. Ela colocou um vestido e foi sentar-se ao seu lado. Ele perguntou pelo café. Ela pulou da cadeira, como se tivesse cometido um erro ao esquecer de colocá-lo na mesa. Pediu para servi-lo. Ele deixou.
Os minutos passavam e ele não parava de ler. Ela já havia tirado a mesa e deixado a louça na pia. Não, ele não iria fazer mais nada. Terminou de se arrumar. Ele finalmente se levantou e se despediu. Parou meio zonzo por alguns segundos. Ela perguntou se estava tudo bem. Ele fez que sim com a cabeça. Deu um beijo de despedida. Perguntou se ela queria uma carona. Não, obrigada, respondeu.
Ele se foi. Ela procurou o vidro, jogou o resto do líquido fora, lavou a embalagem e jogou-a no lixo. Terminou de se arrumar e tomou o elevador. Ao descer, percebeu um movimento estranho na garagem. Quando chegou lá, viu que ele estava caído no chão. O porteiro, desesperado, olhou para ela e disse que ele estava tendo um ataque. Estavam procurando por socorro. Ela se abaixou e tocou o rosto dele, molhado de suor.

Quando lhe perguntaram o porquê, ela respondeu: Ele era muito bom para mim!